Hoje o dia amanheceu quente. Quente e nublado. E suado, se é que posso usar esse atributo para descrever um dia.
E eu amanheci tranqüila. Com uma confortável sensação de dever cumprido.
Na noite anterior, meu único programa foi um afazer doméstico que eu vinha adiando: Lavar roupas. Adiava porque precisava aprender algumas coisas para fazê-lo, não era só ir ao tanque ou à máquina de lavar e executar a tarefa. Envolvia cartões, recargas, sabões e amaciantes em folhinhas.
Aí é que entrou em cena minha mais nova amiga Cris Areta (a partir de agora passo a falar de alguns amigos que vão surgindo por aqui. Estou usando nomes fictícios, inventados por mim, porque acho deselegante citá-los sem uma formal autorização.). Ela é uma garota que já vive aqui por 2 meses e sabe das regras. Claro que não aprendeu sozinha, aqui a lógica da “transmissão de conhecimento de experientes para novatos” funciona muito bem.
Ela me ensinou tudo sobre a lavanderia e, muito solidária que é, permaneceu ao meu lado durante todo o ciclo de lavagem e secagem: que durou aproximadamente 2 horas, incluindo o jantar.
Por que é que estou falando sobre lavagens de roupas enquanto a cidade pulsa lá fora?
Nessas quase duas horas em que fiquei na lavanderia, entre idas e vindas, tive a honra de conhecer melhor 2 das senhoras que moram aqui há muitos anos: A Dona Rodolfa e a Dona Elba. Percebi também que minha atual casa funciona também como uma residência para idosos e aposentados. Como acho conveniente essa junção! Nós que somos jovens podendo passar tanto tempo assim ao lado de pessoas mais velhas, experientes e – o melhor de tudo – com todo o tempo do mundo para conversar. Eu espero que as pessoas aproveitem tanto isso como eu vou aproveitar.
Voltemos ao dia suado. Acordei e resolvi encarar o metrozão até o Harlem porque queria um supermercado com preço de supermercado e não com preço de boutique como esses daqui do bairro. Convidei a amiga Cris Areta que, sempre pronta e animada, topou! E lá fomos nós.
Vai caber a Maria Amora aí?
Descemos no bairro do Harlem e logo já notei a diferença. É mais periférico, com muitos comércios populares. Mas lá vi uma simplicidade que me agradou: Cruzei várias bancas de frutas e legumes e, claro, dei uma paradinha em todas. E ainda sob efeito das minhas aulas de identificação, reparei que em uma delas devia ter uns 10 tipos de mandioca, mais do que eu havia visto na escola. Em outra vi coco, que tinha acabado de ser cortado, embaladinho no saquinho pra venda e também mangas cortadas em forma de rosa e espetadas num palito, tudo pra ser consumido ali mesmo, na rua. Vi também a devoção exposta nas casas e uma Nossa Senhora ali na rua, que, imagino, tenha sido paga pela comunidade local e seja também mantida por eles. Achei bonito.
Protegei-nos Virgem Del Carmen!
Na volta corríamos para chegar no almoço aqui em casa, que ia até às 14 horas. Estávamos bem perto quando o metrô parou. Parou e assim ficou parado por 35 minutos! Não houve explicação, mas depois dos 35 minutos o vagão foi capengando até a próxima estação e nós todos descemos. Perdemos o almoço. Mas ganhamos uma caminhada e uma paradinha no Whole Foods pra comprar comida.
Bom foi assim o sábado. Tranquilo e um pouco suado. E feliz.
A galera de saco cheio de ficar no metrô parado... (Óia o bonitinho lá na direita eheh)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir